É bom ter uma janela para a rua
e ver como o azul do céu
anda estragado com riscos pretos
de fios elétricos.
Ver a rua mentirosa
assumir um ar estupefato
à passagem dos motores.
É bom ter uma janela para a rua
e convidar os mendigos
que tecem nas retinas
a serenidade de esperar
que o impossível aconteça. (1956)