Marcos e o barco

Marcos voltou com seu barco

após dias perdidos

no bojo do mar.

E sentado chorava

o vazio samburá.

A brisa marinha

afaga o seu rosto:

Marcos, por que chorar?

Teu trabalho foi ganho

teu gesto fez o mar.

Mansamente veio a noite

e já não parecia

tão sombrio o pescador

tão vazio o samburá.                                    (1957)

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