A BELA DA TARDE

A Bela da Tarde foi mais um desses filmes dos anos 60, do século passado, que sinalizou a virada geral que estava acontecendo nos costumes e, portanto, nas convenções. Mas antes de entrar no assunto, me lembro de um detalhe. Quando o filme foi anunciado aqui em Caxias, pela rádio, o locutor de plantão caprichouContinuar lendo “A BELA DA TARDE”

A ERA DO APRENDIZADO

Na década final do século passado tornou-se convicção geral de que havíamos entrado na sociedade do conhecimento. O argumento básico para essa convicção, que se tornou lugar comum e quase uma crença, era o de que o conhecimento tinha passado a ser o principal fator de produção e de desenvolvimento, como tinham sido a matéria-prima,Continuar lendo “A ERA DO APRENDIZADO”

TOLERÂNCIA ZERO

Acho que todos ainda se lembram de que foi com este mote – Tolerância Zero – que o lendário prefeito Giuliani fez Nova Iorque despencar no ranking das cidades de maior criminalidade no mundo. Mas muitos imaginam que a Tolerância Zero tenha sido nada mais, nada menos, que pôr a polícia nas ruas e encherContinuar lendo “TOLERÂNCIA ZERO”

AS CERCAS DO MEDO

Um grupo de pesquisadores que percorre as zonas rurais de Caxias do Sul, atualizando o inventário do patrimônio cultural e paisagístico dessas localidades, está surpreso com um fenômeno. Os moradores estão com medo de abrir as portas e conversar com os visitantes, temendo estarem sendo vítimas de assalto. A qualquer movimento que percebem, vindo deContinuar lendo “AS CERCAS DO MEDO”

DÁBLIU E DOBRE VÊ

Quando o, na época, assim chamado esporte bretão invadiu o Brasil, junto com ele o país foi inundado por uma enxurrada de palavras inglesas. Os jornais e os speakers de rádio (hoje chamados de locutores) falavam em penalty, center-forward, referee. Umas dessas palavras, com o tempo, simplesmente se aportuguesaram, como pênalti, córner, beque e aContinuar lendo “DÁBLIU E DOBRE VÊ”

A MÁQUINA DE HEMODIÁLISE

Esta é uma historinha contada por Clifford Geertz, um antropólogo que influenciou todas as ciências do homem, pelo menos nos últimos 30 anos, e uma inteligência de que a espécie humana pode se orgulhar. Ninguém como ele pensou a questão das diferenças culturais, como “conhecedor por excelência das mentalidades alheias”, na definição que ele mesmoContinuar lendo “A MÁQUINA DE HEMODIÁLISE”

UM OLHAR CARINHOSO

A República, no Brasil, sempre tratou o Império, e a memória do Império, não apenas com maus modos, mas também com maus bofes. É como se o estouvamento fosse necessário para ser republicano, como o refinamento era a marca do gosto imperial.          Esse contraste está num poema de Murilo Mendes, quando ele imagina aContinuar lendo “UM OLHAR CARINHOSO”

ONDE ESTÃO AS HISTÓRIAS

Na primeira vez em que me encontrei com Ignácio de Loyola Brandão, perguntei se ele era mineiro. É claro que se eu prestasse atenção nas orelhas de seus livros, não faria a pergunta. Mas, sei lá por que razão, seus romances sempre me passaram a impressão de haver neles um olhar mineiro, pousado sobre osContinuar lendo “ONDE ESTÃO AS HISTÓRIAS”

O QUE É SÓLIDO DESMANCHA

“Tudo o que é sólido desmancha no ar”. Essa frase do Manifesto Comunista de 1848 dava idéia de como Marx e Engels estavam espantados com as mudanças que começavam a ser introduzidas pela modernidade. Uma frase mais profética do que real: o mundo estava ainda muito sólido naquele ano do Manifesto. Um século e meioContinuar lendo “O QUE É SÓLIDO DESMANCHA”

O LEITOR INOCENTE

Umberto Eco queixou-se uma vez de que a maioria dos leitores de O nome da rosa, seu romance de maior sucesso, não entendeu o que ele queria. Muitos leram como uma divertida investigação de uma série de crimes num sombrio convento na Idade Média. Outros se incomodaram com a visível crítica a certas posições dogmáticasContinuar lendo “O LEITOR INOCENTE”

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