As muletas

Além (e) aquém (e) dentro (e) fora  ao redor (e) sobre e toc e toc  vão as muletas de meu verso  tateando pelos espaços, tudo  buscando situar. Amarei mais  sabendo como um topógrafo  o local preciso das coisas  no giroscópio do universo?  Mas como despegar-me das muletas   sem tombar paralítico,  com a nebulosa silabação  dos guardadores de estrelas? Continuar lendo “As muletas”

A chave e a mão

Tem a palmeira a chave de si mesma?  Sabe o pássaro onde a sua porta?  Em que pedra ou caverna   deverei cavar minha chave?  Enquanto apenas conjeturo   vou batendo em portas fechadas  com seu mistério particular:  o dente cravado na gengiva  o azul de certos olhos  o grosso cimento de tua casa  as verdes batatasContinuar lendo “A chave e a mão”

Marcos e o barco

Marcos voltou com seu barco após dias perdidos no bojo do mar. E sentado chorava o vazio samburá. A brisa marinha afaga o seu rosto: Marcos, por que chorar? Teu trabalho foi ganho teu gesto fez o mar. Mansamente veio a noite e já não parecia tão sombrio o pescador tão vazio o samburá.                                   Continuar lendo “Marcos e o barco”

Poema da terra

Amigos, amemos a terra, antes que ela desapareça ou nós. Tem sido boa conosco fecunda e de gordos proventos para a nossa irrisória fragilidade. Amemos a terra, velha que já foi moça e agora vai morrer. Carece de um instante de amor antes da última neblina. Amigos que amais tantas coisas tolas tudo isso éContinuar lendo “Poema da terra”

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