Umberto Eco queixou-se uma vez de que a maioria dos leitores de O nome da rosa, seu romance de maior sucesso, não entendeu o que ele queria. Muitos leram como uma divertida investigação de uma série de crimes num sombrio convento na Idade Média. Outros se incomodaram com a visível crítica a certas posições dogmáticasContinuar lendo “O LEITOR INOCENTE”
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O FUTURO E O PORVIR
Futuro e porvir são duas palavras que os dicionários dão como sinônimas. Quem lida um pouco com elas vê uma certa diferença: porvir não é para ser usada a toda hora. Ela significa futuro, mas em traje social, exige uma oportunidade especial para ser usada. Outro dia andei lendo um autor que faz umaContinuar lendo “O FUTURO E O PORVIR”
O ELOGIO DO ÓCIO
Há nas livrarias uma coleção de ensaios de Bertrand Russell, com o estapafúrdio título de “O Elogio ao Ócio”. O livro de Erasmo, desde a renascença, é publicado com o nome de “Elogio da Loucura”. E um de Norberto Bobbio circula em português com o título correto de “Elogio da Serenidade”. O tradutor, o editorContinuar lendo “O ELOGIO DO ÓCIO”
ÉTICA E POLÍTICA
Essas duas palavras, postas lado a lado, soltam faísca. É como se ética e política fossem dois pólos, um de corrente positiva e outro de corrente negativa. Por isso todo cuidado é pouco quando se quer saber que relações existem, ou devem existir, entre as duas. Principalmente quando se deseja evitar outros dois pólos opostosContinuar lendo “ÉTICA E POLÍTICA”
A FRIULANA E O IMPERADOR
Um dos segredos mais bem guardados do império foi “a intensa amizade” – na discreta linguagem própria para essa situação – entre uma dama friulana e Dom Pedro II. A dama, Adelaide Ristori, foi considerada pelo público, e também pela crítica, a maior atriz italiana de seu tempo e uma espécie de embaixatriz da culturaContinuar lendo “A FRIULANA E O IMPERADOR”
A DEUSA E O MORTAL
(OU VÊNUS E ADÔNIS DE NOVO) Manhã cedo, o sol pontual, Sai Adônis adolescente Para a sua amada caça De porcos selvagens: Vênus, Amorosa e impudente, O caça, a alma em brasa. “Flor de homem – sopra a deusa – mais belo que eu três vezes, as ninfas botas no bolso e a rosaContinuar lendo “A DEUSA E O MORTAL”
CHEIRO DE FRUTA
Juana de Ibarbourou Com marmelos maduros Perfumo os armários. Tem toda minha roupa Um aroma de fruta que a meu corpo Dá um constante sabor de primavera. Quando das prateleiras Polidas e profundas Tiro uma pilha branca De roupa íntima, Pelo quarto se espalha Um clima de pomar. É como se eu tivesse em meusContinuar lendo “CHEIRO DE FRUTA”
MEUS OITENTA ANOS
Ai quanta alegria eu tenho De chegar a essa idade Cheia de maturidade Que os anos dão sempre mais. E quanto amor, quantos sonhos, Eu vivi pelo caminho Sempre cheio de carinho E abraços bem risonhos. Por isso quero seguir, Tendo sempre o meu afeto, Sempre com novo projeto, Para me deixar feliz. Todos osContinuar lendo “MEUS OITENTA ANOS”
VOVÔ E VOVÓ
O inverno tinha coberto de geada os campos lá fora. Sentados perto do fogo, os dois observavam, com o indisfarçado desdém dos sábios e dos vividos, a neta que andava do fogão para a pia, da pia para a sala, da sala para o quarto de dormir, ágil, eficiente, cansativa. – Para que tanto arrumar?Continuar lendo “VOVÔ E VOVÓ”
AUTORES GAÚCHOS NA ITÁLIA
Na Universidade de Perugia está o maior tradutor e divulgador da nossa literatura na Itália. Seu nome é Brunelo Natale de Cusatis, professor titular da cadeira de Língua e Literatura Portuguesa e Brasileira. Traduziu para o italiano a poesia de Fernando Pessoa e, para nosso orgulho, escritores de origem italiana aqui do Sul do Brasil.Continuar lendo “AUTORES GAÚCHOS NA ITÁLIA”